domingo, 12 de agosto de 2012

That same old story...

Percorro o caminho de volta a minha casa, passando a mão pelas flores, que libertam as suas pétalas pérola ao vento, despertando em mim um sentimento de liberdade e de paz. Mas, conforme olho para trás, vejo que essas mesmas pétalas, as quais eu libertei, caem no chão inertes, sem reacção, mortas. É como eu me sinto agora. Morta por dentro. Livre, mas morta. E de que me adianta ter a liberdade, se ela já não possui em mim nenhuma força centrifuga de atracção? De que me adianta ser um ser livre, se no meu íntimo, ainda estou ligada ao passado?
Todos nós estamos ligados ao nosso passado, seja de que forma for. Deixamos um pouco de nós com cada ser humano que partilhamos momentos da nossa efémera vida. Quer queiramos, quer não, são assim que as coisas funcionam. É impossível desligar o nosso pensamento de alguém, sem perder momentos importantes, bons ou maus, que nos pertencem, e que não devem ser deixados sem cuidado. É como se tentássemos cortar uma foto com os nossos próprios dedos. A foto ficaria bem na mesma, mas faltaria sempre ali uma peça: a outra metade de nós que, apesar de já não ser nossa nos dias que correm, ficará para sempre connosco. Para sempre. Agora eu sei que o meu passado não pode ser apagado, por muito que eu o tente. Por mais que eu tente esquecê-lo ele repousará para sempre comigo, nas águas eternas do pós vida. E tenho a certeza absoluta que nem aí conseguirei imaginar a minha vida sem ele.
A verdade é que ele me partiu. Ficou com metade de todos os meus sentimentos e de todas as minhas emoções. Tornei-me num ser humano frio e calculista. Sempre um passo à frente de toda a gente que convive comigo, cortando todas as possíveis tentativas de criar ou manter uma relação."Vou para longe daqui a pouco tempo." - desculpo-me eu, como se essa fosse a solução para todos os meus problemas.
A minha história resume-se à saudade. À saudade de ter alguém como eu tive, mesmo que por breves instantes. O conhecimento, ao mesmo tempo da negação, de que por muito que eu faça, nada me ocupará suficientemente o tempo para que tu me saias da cabeça. E que por muito que eu sorria, as lágrimas estarão sempre à flor da pele, prontas para cair pela minha face abaixo.
São as minhas saudades de ti, que não couberam em mim.

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