domingo, 31 de julho de 2011

A Criada - parte IV


Comentava-se. Comentava-se muito. Segredava-se principalmente. O medo era grande. Pudera… Toda a gente sabia o que acontecia aquelas que queriam sair daqui à força. Acabavam envoltas em sacos pretos e enterradas nas traseiras da casa. Ouviam-se histórias. Umas diziam que as enfermeiras as queimavam vivas, como castigo. Outras diziam que lhes mudavam os medicamentos, de forma a parecer um acidente a overdose que lhes estava destinada. Fosse como fosse a verdade era que nenhuma das raparigas que tinha tentado fugir tinha voltado. E ai daquela que tocasse no nome de alguma delas.
Seis jovens iriam fugir do manicómio amanhã à noite. Eu era uma delas. As desertoras que me iam acompanhar eram a Lara (via pessoas mortas); as irmãs órfãs (e bastantes loucas) Maria e Ana, que tinham como divertimento matar animais, desde que o seu animal de estimação, Lorde (um cão de raça), tinha sido morto por uns jovens delinquentes;  a Cátia, de quem eu sabia muito pouco, visto que ela não era de muitas falas (os pais haviam-lhe cortado a língua ainda em pequena; vítima de maus tratos desde bebé) e a mais nova do grupo, com apenas treze anos, a Cláudia. A Cláudia tinha cortado a garganta aos pais e à sua irmã recém-nascida, com apenas seis anos. Tinha ciúmes da atenção que a irmã estava a receber, que antes tinha sido só dela. Por isso decidiu cortar o mal pela raiz, literalmente.
O medo e a ansiedade pairam e abundam nesta prisão em que nos encontramos. Faltam poucos segundos até a Cláudia fazer soar a sirene de alerta de incêndio.
Três… Dois… Um…
O pânico desperta no edifício. Todas as raparigas (menos nós) correm de um lado para o outro, aos gritos, na esperança de não morrerem queimadas. Os médicos e enfermeiras tentam acalmar, sem efeito, as dezenas de jovens perturbadas. Nós aproveitamos que as portas se abriram para fugir, sem que nos vejam. Corremos o mais que podemos, até cairmos de cansaço junto a umas árvores. Sei onde estamos. Conseguia ver esta floresta da janela do meu quarto. E sei que, senão me engano, estamos perto de uma mansão abandonada há muitos anos.
- Podemos descansar ali à frente. Junto aquela casa. – disse eu.
- Porque não a invadimos? – perguntou a Cláudia.
- E se não está vazia? Já pensaste? – Ripostaram as irmãs, um pouco alheadas da conversa, mais atentas à possível aparição de algum animal.
- E quê? Creio que todas nós sabemos como usar uma faca… - disse a Cláudia, com um sorriso na cara.
- Não! Chega Cláudia! Vamos dormir aqui! – Ordenei eu, com cara de quem não está a gostar nada da conversa.
- Tu lá sabes. Mas amanhã falamos disso. A casa vai ser minha. – Concluiu a Cláudia, deitando a cabeça num tronco.
Não podia deixar que se criassem discórdias no grupo. Afinal de contas elas eram o mais próximo que eu tinha de amigas. Tínhamos fugido todas do manicómio. Mas as únicas que estavam do meu lado eram as irmãs…
Acordei durante a noite, certa do que tinha de fazer. Toquei no ombro da Lara, sobressaltando-a. Atraí-a para um pouco longe do sítio onde estávamos. Disse-lhe que acreditava que ela tinha um dom, o de ver pessoas mortas. Acreditava nela. Ela ficou feliz. Eu gostava dela. Ela era a minha preferida. Eu amava-a. Beijei-a nos lábios docemente. Deitei-a levemente por entre as folhas que tinham caído das árvores e fechei-lhe os olhos, com suavidade. Amarrei numa pedra afiada que estava a meu lado e desferi um único golpe no pescoço dela, que jorrou quantidades enormes de sangue, sujando-me a cara e as roupas todas.
Voltei ao sítio onde (quase) todas descansávamos e apertei o pescoço da Cátia com muita força, que não conseguiu pedir por socorro. Por último esganei a Cláudia, uma criança de treze anos, não a deixando dar um único guincho. Senti a última respiração dela na minha cara. Depois fui dormir.
Acordei de manhã com as irmãs aos gritos e a chorar. Levantei-me e elas olharam para mim, coberta de sangue. Eu encolhi os ombros e disse-lhes que não queria discutir, porque éramos todas amigas. Preferi que as coisas ficassem assim! Elas olharam-me e fugiram de mim. Eu deixei-as correr um pouco, mas depois corri atrás delas, apanhei-as e espanquei-as às duas, que caíram inconscientes. Não fazia ideia que tinha tanta força assim! Abri dois pequenos buracos com as minhas mãos e enterrei as suas cabeças, deixando os corpos de fora.
Era já de noite quando voltei para junto da mansão. A lua iluminava a floresta toda de tons azuis e verdes escuros. Bom, agora não tinha outra solução, a não ser entrar na mansão e ver se conseguia mudar de roupa.
A porta estava entreaberta e eu, um pouco a medo, caminhei para o andar superior. Entrei num quarto e tomei um duche rápido. Vesti um vestido branco lindo que estava em cima da cama. Um pouco rasgado mas lindo. Sentei-me num cadeirão e penteei os meus cabelos negros compridos em frente ao espelho. Tinha toda a calma do mundo. Passados uns vinte e cinco minutos levantei-me e saí do quarto. Do outro lado do corredor vi um rapaz lindo, iluminado pelo luar. Alto, com os seus cabelos cinzentos e olhos azuis muito claros. A sua pele era muito branca mas deixava transparecer uma energia muito atractiva. No entanto eu fugi. Corri o mais que pude para longe dele, ainda que tivesse já deixado lá o meu coração e a minha alma.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ballet*

Última aula antes das férias! 
O vídeo é uma pequena brincadeira que fizemos no fim da aula :)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A criada - parte III

Nessa manhã, após ter saído daquele bar nojento, deixando lá a minha roupa interior e a minha integridade (a que ainda me restava), vagueei pela rua. Era dia de mercado e as quelhas e quelhazinhas estavam cheias de pessoas, nas suas compras, a viver o seu dia-a-dia, ignorantes do que se passara na noite anterior.
Tinha tanta fome... Tanta fome... Se eu pegasse numa fruta ou duas...Ou três! Ninguém daria conta... Está aqui tanta gente. Aproximei-me de uma banca e tirei duas maçãs... Guardei-as dentro da camisola e apressei o passo... De repente ouço um grito histérico:
- LADRA! LADRA! VAGABUNDA! POLÍCIA! APANHEM-NA!
Comecei a correr mas poucos segundos depois fui literalmente atirada ao chão, com uma força enorme, por dois polícias matulões. Começaram a bater-me com a força toda que tinham. Eu encolhi-me e comecei a gritar e a chorar. Cada vez mais ficava engasgada no meu choro. Olhei em redor e via as pessoas a rirem-se na minha cara... E cuspiam-me. Cuspiam-me como se eu fosse um monstro. Não tinham noção do que eu tinha passado. Mas a verdade é esta: andam por aí muitos criminosos de fato, a arrecadar muito dinheiro ou a andar na rua como se nada fosse. E no entanto eu, que tanto sofri durante estes anos todos é que sou a aberração. Os seres humanos conseguem ser muito cruéis.
Aos poucos e poucos tudo começou a ficar lento e a minha visão turvou... Passados uns minutos, ou segundos? Nem sei... Tudo ficou escuro e eu deixei de sentir a dor das vergastadas de que incansavelmente continuava a ser alvo. 
Quando acordei estava algemada a uma cadeira...numa sala de interrogatórios... A ironia. Não fui presa porque matei dois homens, mas fui porque roubei duas maçãs!
Entrou um homem na sala, com um fato e uma mala preta e sentou-se. Tinha ar de corrupto. Abriu a mala, tirou um monte de papéis, ajeitou-os com toda a calma do mundo, e olhou para mim.
- Como te chamas querida?
- Sofia, acho eu...
- Quantos anos tens?
- Não sei... - Não sabia mesmo. Tudo em mim parecia mentira.
- Estás a armar-te em espertinha não é?  Pois bem, "Sofia" (pronunciou ele o meu nome, cheio de escárnio), sabes porque é que vais presa?
- Sim sei. Porque matei o meu patrão...Quer dizer...Ex Patrão! E o meu pai. Ou deveria dizer o meu falecido pai? Ah. E porque roubei duas maçãs.
O homem olhou para mim, com um ar de espanto. Levantou-se e saiu. Voltou passado umas horas.
- Tens moradas? Uma confissão?
Acenei com a cabeça afirmativamente. Ele passou-me um papel e uma caneta e eu escrevi duas moradas.
Foi confirmado. Numa das moradas encontraram um homem esfaqueado trinta e oito vezes, envolto em sangue. Ao lado dele viram uma quantidade enorme de cerveja. Na outra morada encontraram um homem, nu, deitado numa banheira com água encarnada, com a cabeça aberta na parte de trás. A casa tinha sido completamente remexida. Todas as jóias e o dinheiro tinham desaparecido. Eu não toquei em nada. Tanto a esposa como o filho do casal desapareceram... Assim como as jóias e o dinheiro. Somem um mais um...
O homem ficou lá. Nem uma ambulância chamaram. Acredito que lhes tenha feito um favor até.
Fui acusada e culpada de duplo homicídio qualificado e de roubo. Fui atirada para um cela, com dezoito anos acabadinhos de fazer. Uma casa de "Requalificação Social para Mulheres", que é como quem diz uma casa mista: abrigo a putas, loucas e assassinas. Que giro...Eu conseguia arrecadar os três títulos!
Isolei-me completamente. Estava aterrorizada. Passado nem uma semana fui considerada louca e mandada para um hospício.
Só via branco à minha volta. As paredes eram brancas. As camas eram brancas. Os móveis estavam todos pintados de branco. As batas das enfermeiras eram brancas. A minha roupa branca. Até os comprimidos eram brancos!
Ao meu lado via uma diversidade de personalidades enorme. Tinha mulheres que tremiam por todos os lados...Possivelmente drogadas... Ou loucas. Outras abanavam-se constantemente nas cadeiras... Loucas. Haviam ainda umas que gritavam e eram alvo de uma chuva de agulhas carregadas de tranquilizantes... Loucas. Depois tínhamos aquelas que olhavam para todo o lado com ar paranóico! Assassinas. Ou loucas.
Encharcaram-me de remédios. Tomava de tudo... Calmantes principalmente...Faziam-me dormir a maior parte do dia. Pelo menos não sonhava...não pensava...não vivia...Estava bem.
Até que decidi que bastava. Queria viver. Queria sair dali. Tinha de sair dali.
E tinha um plano.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A criada - parte II

Caminho, de braços abertos, saboreando as gotas de chuva que batem na minha cara e encharcam as minhas roupas. Sou apenas eu no mundo, caminhando pela noite fora. Não tenho medo de ninguém. Pudera. Que me poderiam mais fazer que ainda não tivesse sido feito? E feito...E feito...Repetidamente, durante este tempo todo. 
Roubar? Roubar o quê? Tudo o que possuo trago vestido! Dinheiro não tenho e droga não consumo. Jóias? Nunca as senti na minha pele nua. Podiam, porventura, tentar violar-me. Mas já me habituei. Quase que gosto. Quase. Provavelmente não sentiria nada. Seria como um objecto, movendo as minhas ancas ritmicamente, enquanto que a minha mente viajava para outro sítio qualquer. Um em que eu não existisse...O paraíso. Podiam tentar matar-me. Pois podiam. Eu até agradecia.
Olhei o céu negro. Os pingos grossos doíam na minha face e obrigavam-me a cerrar os olhos.
Por agora já chega de emoções.
Procurei um local onde me pudesse secar, para poder pensar no que faria a seguir. Vi as luzes vermelhas de néon a apontar para um bar. Obriguei-me a andar...Só mais uns passos, só mais um esforço... Entrei a porta do bar e olhei-o por inteiro. Tinha um aspecto nojento. Óptimo. Com aspecto de meia morta, meia viva (corpo vivo, alma morta) sentei-me no meio de dois rapazes, no bar. Chamei o barman, um velhote de barbas brancas, com um ar de quem já viu muitas garotas perdidas por estes lados...
- Quero beber mas não tenho dinheiro. O que pode fazer por mim? - Pisquei-lhe o olho.
Ele sorriu-me, encostou-se ao balcão, ainda a olhar para os copos e assobiou. Passado cerca de dois minutos parou, olhou para mim e sorriu:
- A questão é...O que podes tu fazer por mim? - sorriu ele, maliciosamente.
- Isso depende do que me podes dar. - respondi séria.
- Uma garrafa de Whisky. Mata pessoas!
- Fantástico.Aproxima-te. - segredei-lhe qualquer coisa ao ouvido.
- Gosto disso. - assentiu ele.
Olhei para um dos rapazes, que me sorria.
- Podes assistir se quiseres.
Subimos os três umas escadas íngremes de madeira. Eu com a minha garrafa de whisky e eles com os seus sorrisos e as suas ereções.
Entramos a porta daquela espelunca...De quarto creio que só tinha uma cama...Pouco mais tinha também. Não perdi tempo. Despi-o (ao velho, ainda por cima) e ele ficou logo todo contente. Sentou-se na cama e pediu que eu dançasse para ele. Peguei na garrafa de whisky e dei grandes goles enquanto me abanava. O outro, um rapaz de vinte e poucos anos, começou a despir-me. E eu deixei. Estava só de roupa interior quando me ajoelhei em frente ao velho, sentado na cama, olhando-me atentamente, e o comecei a excitar. O outro tinha-se sentado numa cadeira e olhava, de calças e boxers puxados para baixo, masturbando-se, fazendo sons demasiado irritantes para os meus ouvidos.
Olhei em volta. Numa mesinha vi uma caixa de comprimidos azuis. Deu-me vontade de rir, mas contive-me. Ele puxou os meus cabelos e atirou-me para cima da cama, obrigando-me a por de gatas. Recordo-me de ter visto lágrimas minhas a cair nos lençóis brancos (mas não muito). Dei mais uns goles. 
De pouco mais me lembro. Acordei de manhã, sem roupa interior, com 20 euros ao lado do travesseiro. 
Bonito. - Pensei - Tornei-me uma puta. E ainda por cima das rascas.

DRAMA

Dos melhores filmes que já vi... Não recomendo.

Vacaciones

Finally...

domingo, 24 de julho de 2011

EDDS.

Sabes uma coisa? Sabe muito bem quando me mandas todos os dias um link com uma relíquia destas. :) Esta de hoje então...
Estava aqui a ouvir "Berlin - Take my breath away" (linda linda linda :') ) em frente ao pc e a falar contigo...Mas depois percebi que as tuas músicas têm de ser aproveitadas de outra forma! 
Saí do pc, apaguei todas as luzes, abri a persiana e a janela e fiquei a olhar a lua ao som desta música. :)
Bonito não? :D


EDDSmacho - Foi bonito o nosso momento musical de hoje, não foi? +.+
EDDSfêmea - Sim, muito! :')
Obrigado, gosto muito de ti amigo.<3

sábado, 23 de julho de 2011

HEI PEOPLEEEEEEE

Olá! Quero só dizer que estou muito contente! :D Obrigado a todos pelo apoio que me têm dado!!!
Tenho duas histórias em mente já! Uma infantil, a recriação do clássico "A Lebre e a tartaruga", em género dramático, que espero que fique muito light e divertida! Vai ser para utilizar na próxima festa de anos a que fôr :) (´Para crianças)

Sim sim, eu também escrevo para crianças e não, não sou (completamente) passada da cabeça xD

A próxima não sei bem o que é....é surpresa! :D Já a tenho na cabeça, só ainda não tive tempo para a escrever! :D

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Conto convosco!

Pelos vistos o meu texto passou na triagem do concurso "Conte Connosco" e agora tenho de fazer publicidade, para ter muitos votos e oportunidade de ganhar! Por isso peço que percam uns segundos do vosso tempo para votar em mim! É muito fácil!
1. Vão a este link http://www.conteconnosco.c​om/trabalho-detalhe.php?id​=1089 e cliquem em votar! :)
Alguma dúvida sobre o texto perguntem :) Se quiseres deixa a tua opinião! Eu agradeço! :)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Não me alimento de quases, 

não me contento com a metade. 

Não serei a tua meio amiga 

e nem te darei o meu quase amor,

é tudo ou nada.

Não existe meio termo.

(Marilyn Monroe)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Criada


As criadas são sempre as vítimas. Principalmente as mais jovens. São elas que pagam quando o filho malcriado parte algo (desastradas!); são elas que são despedidas se apanham a mulher com o amante (novo e bem bonitinho e, por sinal, na caça à fortuna) a fazer coisas que até dói só de pensar; são elas que são forçadas a ter sexo sujo com o patrão, porque chegou mal disposto do trabalho e quer sentir-se superior a alguém ("gostas disto não gostas cabra!?"). E depois são elas que limpam o resultado, pelo meio de insultos e de risos maliciosos.
Esta criada (não tem nome, porque as criadas não têm nome, ou não interessa) não era diferente. Tinha apenas 17 anos. E contudo, era prostituta a tempo inteiro no trabalho e quando chegava a casa prostituta era (só que sem receber). Tinha medo de ir para casa, mas tinha de ir. O pai bêbado batia e violava sem piedade e a mãe, essa porca, fugiu com um idiota rico e gordo qualquer quando ela tinha apenas treze anos. Também, não importa muito, ela já era dona de casa muito antes disso acontecer.
A razão porque ela chegava a casa todos os dias e porque ela não fugia do trabalho era porque ela tinha um pai, que apesar de não ser pai nenhum, era pai dela; e porque precisava do dinheiro para sustentar o vício do pai. Conclusão? Para além de vítima era idiota.
Um dia, enquanto limpava o quarto do filho malcriado, o patrão apareceu à porta do quarto, com um sorriso daqueles que só dá vontade de o espancar, e encostou-se.
- A minha mulher saiu. Foi pintar o cabelo e comprar roupas. Aquela vadia só me gasta dinheiro.
- ...
- Apetece-me um banho. Apetece-te um banho?
- Não, senhor.
- Não era uma pergunta.
E foram para o quarto de banho. Ele, qual lontra marinha, deitou-se na banheira de água quente e sais de banho que ela tinha preparado. Obrigou-a a lava-lo. Até nas partes íntimas, onde ela já tinha sido forçada a tocar tantas outras vezes. Ela lavou, tentado sempre não olhar para ele. Ser mais repugnante. Depois disse-lhe para ela se despir e entrar na banheira. 
Enquanto se despia as imagens de tudo o que lhe acontecera cobriam-lhe o pensamento. Tenho a certeza que se a olhasses bem nos olhos conseguirias ver o que ela estava a ver nesse momento. Ela parou, já com o corpo franzino e branco completamente nu. Olhou para ele e sorriu. Entrou na banheira, aproximou-se dele e beijou-o. Beijou-lhe os lábios nojentos, de olhos abertos e sem nenhum amor.
Amarrou-lhe os cabelos e puxou. Ele gemeu de prazer. Devia pensar que ela o estava a tentar excitar... Ela puxou mais e soltou um risinho. Bateu com a cabeça dele contra a banheira. Ele olhou para ela e riu-se. Pediu calma. Ela bateu e tornou a bater, uma e outra vez. Bateu até a água do banho ficar completamente vermelha. Quando o largou, o seu corpo caiu, inanimado. Ele permanecia ali, de olhos e boca aberta, morto, com o cabelo coberto de sangue e a cabeça desfeita, de todas as pancadas que tinha sofrido.
Olhou para a água vermelha e tocou-lhe. Quis banhar-se nela, e banhou. Durante horas a fio ficou lá, rindo. Quando saiu do banho, com um sorriso estampado e uma pele de seda, embrulhou-se numa toalha e desceu as escadas. A mulher acabava de entrar. Passou por ela, sorriu, e saiu a porta.
Foi directa para casa, onde encontrou o pai, bêbado como nunca, sentado no sofá a ver televisão. Ela entrou a porta e ele olhou para ela. Depois continuou a ver televisão. Ela foi buscar a arma que estava em cima do armário e aproximou-se dele. Ele viu-a, mas não proferiu nem uma palavra. Apenas ficou a olhar para ela, à espera de alguma coisa. Ela olhou para a arma e para ele e sorriu. Não, aquilo não ia bastar para compensar o que ela tinha passado. Precisava de sentir o prazer do seu toque, enquanto o matava. Precisava de sentir o seu respirar ofegante e os seus sons de pânico e dor. Precisava de algo mais...pessoal. No final de contas era o seu pai! O tratamento tinha de ser especial! Pousou a arma e foi buscar uma faca. "Óptimo, mais contacto."- pensou. Ele estava demasiado bêbado para se mexer. Esfaqueou-o vezes sem conta. De um lado temos o olhar estupefacto (já morto) do pai dela. Do outro lado o riso sincero dela. O corpo estava coberto de sangue e as roupas rasgadas pelo afiado da faca. Afastou-se um pouco para contemplar o que tinha feito. Que obra de arte. Brincou um pouco com a faca ensanguentada entre os dedos. Sorriu e deu mais um golpe.
Vestiu-se e saiu. Continuou a andar, de sorriso estampado na cara.
A "criada" chamava-se Sofia.

É.

Um dia também hei de ser bonita.

" :) "

A mim não me diz nada.

Yuna - Come As You Are (Official Video)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um dia...

Um dia terei de pôr o meu lápis de lado...
Um dia terei de arrumar os meus "sapatinhos de dança"...
Um dia terei de arrumar as minhas sapatilhas e as calças de licra... (check)

Um dia todos nós teremos de acordar para a vida...
Quando esse dia chegar quero poder olhar para trás e sentir-me realizada.
Tenho medo que esse dia nunca chegue.

Desculpa, porque é que estás a abocanhar a minha bochecha?...

(...)

Everything - Lifehouse (HDTV) (HQ)



:')
Retirada do facebook de um rapazinho (Cristiano Cruz)...hehe

Shine on!


I wish i could fly...
High, above the sky.
Just start again,
Far away from here.

I wish i could love,
Love like anyone,
But loving someone,
Its not for me.

I wish i could die.

I WANT YOU...



...Yes... You.

AEM*





As imagens falam por si. São a minha família!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tchararan :D

Afinal não fiquei! O sam e as amigas vieram me salvar (A)
Agora...



A gozar ou não..
Show show demos nós Sam!!!!! 8D

terça-feira, 12 de julho de 2011

Today...


Vou vestir umas roupas bonitinhas e vou para a minha aula de ballet com um novo ar.
Como já disse à uns posts atrás ... O mundo só me venceu quando eu me der por vencida.

Esgotada.

Eu estou cansada, esgotada. Sinto que as pessoas têm tirado partes de mim, que eu me tenho dividido em milhões de pedacinhos pequeninos, e que esses pedacinhos têm sido muito, muito maltratados... atirados contra paredes, pontapeados, deitados ao lixo. Como se eu não valesse nada. Se calhar não valho. Apetece-me desligar o telemóvel, desligar o computador, desligar a televisão, trancar-me no quarto, com as janelas todas fechadas...e cair...cair no chão...poder finalmente descansar...poder finalmente fazer o que eu quero, sem preocupar quem magoo ou quem desiludo (ou se me desiludo a mim!)... E chorar, chorar tanto. Tenho tanta vontade de chorar neste momento. Porque é que toda a gente espera tanto de mim!? Porque é que eu tenho de ceder sempre!? Porque é que tenho de ser sempre eu a sofrer!? Se calhar é a minha obrigação...aguentar. Se calhar devia aguentar mesmo. Porque é que as pessoas não se decidem de uma só vez? É tudo tão complicado...Provavelmente isto são só mais umas lamurias de uma adolescente idiota que não consegue suportar a vida que tem...Pode ser que daqui a uns dias eu veja isto de novo e me ria em frente ao computador, com uma lagrimazinha no canto do olho, ainda com memórias de como que estava a sentir naquele dia (hoje). Não quero seguir as regras do jogo. Não quero ter de ser boazinha para toda a gente. Quero mandar algumas pessoas irem dar uma voltinha, porque para mim não valem nada. Quero esclarecer o que se passa na minha cabeça. Quero saber porque é que eu ando a jogar aquele jogo do "nem contigo, nem sem ti!". Estou tão cansada...É tão difícil...Quero saber quando é que passei a saber a mel (ahah) e porquê. Quero saber se isto é algum teste para ver se eu valho alguma coisa ou não. Parece que chumbei no teste. Quero saber porque é que eu dou para algumas coisas e para outras não. Quero saber porque é que existem pessoas cobardes, incapazes de se aventurar, por algo que lhes pode, e mudaria a vida. Por medo, por receio. Quero saber porque é que tenho de ser sempre eu a fazer o papel duplo...sou sempre a má da fita, mas a que sai mais magoada. Acreditem. Quero bater em toda a gente, espancar quem merece, mandar para o caralho outras tantas pessoas. Quero fugir daqui sozinha. Não quero que as pessoas dependam tanto de mim. Desespera-me que haja pessoas tão carentes. Vive a tua vida, fogo! Não vivas de mim e para mim, que eu não mereço, nem quero isso! Não me prendas sem saberes quem eu sou verdadeiramente, porque isso vai dar mau resultado. Não existe tal coisa como o amor sobrevive seja ao que for. O amor não sobrevive a mentira. O amor não sobrevive à traição. O amor não sobrevive à distância. O amor não sobrevive a quase nada. Por isso é que eu pretendo cortar relações, aqui e agora, com as relações. Tal como já alguém o fez. Eu se fosse inteligente andava por aí, sem remorsos, sem nada que me prendesse. "Curtia" com quem eu quisesse, fazia o que me apetecesse e queria lá saber do resto. Era mesmo isso que eu devia fazer. Infelizmente tenho uma mariazinha aqui dentro de mim que me diz que eu não sou assim. Eu acredito que as relações podem começar com um beijo. Mas também?! Para quê!? Também acreditava que o coelhinho da Páscoa, o pai natal e o papão existiam e que o Castelo Branco não era virado, só gostava de se arranjar. E vejam no que deu!? Não ganhei muitos ovos de chocolate, não tive tudo o que eu queria porque me portava bem ao longo do ano, o José Castelo Branco é mesmo virado e atravessado daquela cabecinha pequenina e bem penteada.
Ah. Já agora, também cheguei à conclusão que o papão existe.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Joker*


O mundo é um lugar muito cruel e perverso. Mas isso não é desculpa. Portanto, chora tudo o que conseguires agora, sozinha. Liberta-te de todas as mágoas e ressentimentos que guardas aí dentro. E depois limpa as lágrimas, retoca a maquilhagem, veste umas roupas bonitinhas e coloca um sorriso enorme. Sai, diverte-te, ri! E lembra-te: O mundo só te venceu quando tu te deres por vencida.

Baila morena - Lucenzo



EU VOU VER! EU VOU DANÇAR! EU VOU VIVER!

O COMEÇO:

I'm Leaving.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Esposende Street Battle


EU VOU. (Tenho de ir, dê por onde der. xD)
Neste momento o meu maior problema é a roupa. As minhas já estão tão gastas. xD
Só sei que as minhas sapatilhas roxas estão lá batidas!!! ;)

'It's a Man's Man's Man's World'



Ataque cardíaco.... Pii, pii, pii, piiiiiii------- .... Com homens destes quem é que não quer um mundo cheio deles!?
GOSH /baba/

The Red Jumpsuit Apparatus - You Better Pray



Amo *-*

Ups...








Tenho tido alguns problemas de saúde...Já desmaiei...hoje vomitei...fiquei desidratada...lábios secos... Creio que tem a ver com as minhas dietas... Ontem, por exemplo, não tomei o pequeno almoço. Almocei e não comi mais nada. Depois às 7 foi para o ballet, cheia de fome, e com ainda mais fome cheguei a casa. Quando estava a ir ao frigorífico tirar alguma coisa para comer senti-me gelada e depois deu-me uma tontura tão forte que caí... Jantei, saí um pouco e depois comi algo e cama. A minha mãe já tomou medidas...vai passar a vir almoçar a casa. :/ Fogo.
A boa noticia é que já emagreci muito mesmo e em pouco tempo. Tenho 49 quilos. Chegando aos 44, 46 paro. Não é que fosse muito gorda, pesava 54 no máximo, mas sempre me achei com peso a mais.
Por outro lado, porque é que me preocupo sequer com isto? Não é que vá ser nenhuma modelo, ou queira. Enfim, sou mesmo idiota. Cedi à pressão da sociedade, creio.


Já agora a modelo é a Allison Harvard, que participou no America's Next Top Model. Não é que fosse grande coisa como modelo, mas tem a cara mais linda de sempre. :)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Katy Perry - Thinking Of You



( ... )

"Back on the market"

Sabem aquela sensação, quando uma rapariga se apaixona por um conjunto de frases de um post de um blogue? Não? Pois, acredito que não.
Pois é. Eu, Maria João Eirinha Vieira (é normal que o meu nome pareça mais feio com o passar dos anos?!) apaixonei-me pelo post de um blog. Não vou dizer de quem é, nem que post é, apesar de estar bem à vista. Foi uma sensação única...nunca o esperei. E agora quero levar as coisas com calma, sem pressas... Sabem que foi um choque enorme.
É bom saber que existe alguém que escreve do mesmo jeito que eu. A única diferença é que ele é rapaz, e eu rapariga. Mas ambos gostamos de rapazes por isso... É. É pena. xD

Anti-social (parte dois)

Já agora, tem muita coisa (muita mesmo) sobre a qual eu gostaria de escrever. Mas não escrevo porque nem toda a gente que lê o meu blogue é bem vinda aqui (cof cof - indirecta para MR').
Deveria pôr isto com um cadeado?

Anti-social

( e com sotaque. ) hehe
Tenho de admitir que tenho alguns leitores, bastantes até, e que o número aumenta constantemente. The problem é que quase ninguém tem blogue. Normalmente comentam os meus textos pelo facebook, msn, e associados.
Mas não tenho aquela "coisinha" dos seguidores...Fico a pensar se devia ter. xD Só para ter, porque pronto... Enfim... Não sou nova nisto. Tenho este à mais de um ano. E tive outro também (ah pois é, o Margaret Lives Here, por mais de dois anos talvez). Já escrevo desde os 9, portanto.
Mas pronto...devia tentar ser mais social. Leio muitos blogues mesmo, mas raramente comento... Mas até gostava de ter amigos que escrevessem.
Please, someone!!
(A)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Melanie C - Carolyna (Music Video) (HQ)

..


Não tenho espaço para alguém como tu na minha vida por agora.

Hoje estou numa de imagens. Diogo*

A verdade é que és um grande amigo. Um dos melhores. :) É bom falar contigo, é bom rir contigo, é bom gozar contigo (hehe), é bom ver-te, é bom ter-te. :)


Uma das tua maiores qualidades é teres o sorriso mais honesto e mais amistoso que eu conheço. É realmente lindo. E eu amo-o. :) E amo ver-te sorrir. :)

"Preciso de te pedir um favor, é mesmo importante...Sorri" :D
Aposto que vais sorrir ao ler isto. E eu vou ver. :D
(YEAHHHHH 8D)
(Diz lá que não é o bebé mais coisinho que já viste? :3 )
Mas tu és fofo mesmo sem sorrires. És das pessoas mais simpáticas comigo, e consegues sempre fazer-me rir. Nem que peças. xD
É por isso que me és tão útil.
Fazes-me bem.
E eu gosto muito de ti.


D'artagnan. <3


sexta-feira, 1 de julho de 2011

...

Porque no fim de contas, não há muito que valha a pena. Mas eu luto. Ainda que morra a tentar.

21 de Dezembro de 2012

* Tretas, não acredito nisto. xD *


Já toda a gente sabe que o mundo vai acabar no dia 21 de Dezembro de 2012. Estamos em Outubro e foram construídos cercos à volta de cada cidade, de modo a evitar confusões. Enormes redes, impenetráveis, separam famílias e amigos. Foi criada uma força de intervenção especial, que tem como único objectivo ir matando. Sim, ir matando. Esta quantidade abismal de guardas vai atirando contra pessoas, aleatoriamente, com o intuito de evitar muita confusão no dia do Juízo Final.
Eu sou a nona irmã. Sou a mais nova e a única rapariga. Os meus oito irmãos mais velhos estão revoltados com tudo isto e preparam um plano engenhoso para acabar com esta tragédia ou, pelo menos, evitar o que conseguem evitar.
Somos uma família muito especial. Somos irmãos órfãos, pelo que nos tornamos muito unidos. Costumámos até brincar com as linhas que aparecem na palma das nossa mãos. Cada um de nós tem nove linhas. Nem mais nem menos. O meu irmão mais velho costuma dizer que é forma de nos lembrarmos que estamos juntos para tudo, na morte ou em vida.
Ontem acordei bem cedo para fazer o almoço. Queria fazer um almoço muito bom para eles, tal como eles gostam. Como sou a única rapariga cá em casa sou eu quem trata das lidas. Mas eu não me importo. Eles estão muito ocupados a tentar salvar o mundo.
Estávamos todos sentados a almoçar quando eles entraram. Armados até aos dentes e liderados por um homem com um sorriso malicioso arrombaram a nossa porta. Ele chegou perto de mim, amarrou-me no braço e disse, rindo: "Esta é minha."
Arrastou-me pela casa para um dos quartos. Os meus irmãos tentaram levantar-se mas foram impedidos pelos os outros guardas, que sorriam. O meu irmão mais velho gritou por mim e foi atingido, mesmo entre os olhos. Gritei. Ele caiu, pesado, no meio da cozinha.
Ele levou-me para o quarto e violou-me. Enquanto ele se limpava eu, por entre lágrimas, olhei a minha mão. Tinha desaparecido uma das linhas.
Eles partiram a loiça e as estantes. Depois saíram.
Os meus irmãos revoltaram-se e decidiram partir para se juntarem à rebeldia, que planeava combater esta força de intervenção.
Fomos falar com um casal de velhos que vivia perto de nós e possuía contactos com os rebeldes. Os meus irmãos entraram em casa, seguindo a velhota. Eu vi, nas traseiras, o velhote e fui ter com ele. Ele chorava desalmadamente.
"Mataram o meu filho, o meu pobre filho,o meu bebé!"
Acalmei-o e fomos para dentro. Ele pegou numa faca e disse-me "Para quê esperar pela morte certa? Porque não morrer com dignidade?"
Eu impedi-o, disse-lhe que tudo correria bem, e levei-o para dentro de casa.
Muitas semanas passaram. Os meus irmãos tinham-se juntado aos rebeldes e tinham todos morrido, supunha eu. Apenas restava uma linha na palma da minha mão: eu própria.
O casal de velhotes ainda estava vivo e eu estava a morar com eles. A força de intervenção tinha morto muita gente. Sobrávamos poucos antes do dia do Juízo Final.
Tinha-me tornado dura, fria. Resistia bem à dor, tinha-me treinado. Estava pronta. Saí de casa e gritei: "Queres-me? Aqui me tens!"
Ele veio, sozinho. O líder da força de intervenção, que me tinha violado. Riu-se. Corri para ele e espetei-lhe o meu punhal, que tirei do meu irmão mais velho, mesmo no meio dos olhos. Ele caiu imóvel no chão, morto.
Retirei o punhal, e muito lentamente espetei-o em mim. Caí no chão. Enquanto fechava os olhos vi que a linha que restava se desvanecia... Com as minhas últimas forças sussurrei: "Este foi o meu último dia: o dia do Juízo Final".
Dia 21 de Dezembro de 2012 começou e acabou. E a vida na terra continuou.