segunda-feira, 15 de março de 2010

Soneto do que podias fazer


Já pensaste como era voar?
Ou melhor, como seria...
Como seria beijar e beijar?
Beijar como quem queria!

Já pensaste o que é amar?
E sair da melancolia...
Cantar, dançar, desenhar
E viver com alegria!

Já pensaste o que era viver?
Desta vez com prazer?
E não somente o fingir?

Já pensaste quem és realmente?
O que fazes e podias fazer?
Pois levanta-te! Vai e vive verdadeiramente!

domingo, 14 de março de 2010

A ilha da alegria


Eu tive um sonho, uma fantasia.
Um mundo novo e colorido,
Uma enorme alegoria,
E um sapo enternecido.

Era a Ilha da alegria ,
Um mundo comprimido,
Naquela grande euforia,
De um fruto amadurecido.

Viviam com simpatia,
Respeitando o conhecido.
Formavam uma utopia,
Um tesouro escondido.

Mas eis que veio a agonia!
Acordou o monstro adormecido!
Conhecido como Antipatia
Destruía tudo enfurecido!

E eis que se criou uma anarquia!
E começou o Zum-zum do alarido!
Acabou a simpática cantoria,
Devido ao pesadelo aparecido!

Contudo, Antipatia, arrependido,
Pediu desculpa pela ciumaria,
"Peço perdão pelo sucedido!"
Mas não gosto da calmaria!

O povo, obviamente compadecido,
Envergonhou-se com a covardia,
Pois o povo era aborrecido,
Realmente que raio de mania!

Um monstro que não era monstro,
Um povo alegre que não o era,
Uma Antipatia simpática,
E uma covardia valente!

E foi assim o meu sonho.

Melodia sem sentido*


Uma tarde denegrida,
Um dia muito acidental,
Uma imagem esquecida,
Numa queda ancestral.

Um grito adormecido,
Uma dor anormal,
Um desejo angelical,
Num instante destruído.

Um momento banal,
Um choro absorvido.
Um destino brutal,
Num corpo desfalecido.

Uma experiência fatal,
Um sonho abatido.
Um horror actual,
Neste poema admitido.

Uma história sem final,
Uma melodia sem sentido,
Um poema confessional,
E um futuro desconhecido!