sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Meu amor, minha sentença

 Por vezes afastamos as pessoas de quem gostamos, quando na verdade só as queremos perto...

Claro que o meu grande sorriso permanece,
Mas esta maldita dor que sinto fala mais alto...
Pois eu não sou a única que enfeitiçaste, parece,
E, todavia não sou miúda de ficar para o ressalto.

Despertaste algo em mim com esse teu jeito verdadeiro,
Algo que até ao momento ninguém tinha despertado.
Talvez por inocência, quis pensar que eras o derradeiro,
Talvez pela tua perfeição, no meu pensamento retratado.

E eu, amostra de ser humano completamente insegura,
Depositei em ti o mundo para que fizesses a diferença.
Quis pensar que eras a minha salvação, a minha cura,
Mas chegamos ao fim e tornaste-te na minha sentença.

És inocente do meu amor e de eu ter criado esta ilusão.
Inocente também das minhas lágrimas que hoje correm.
Mas culpado de me teres deixado afundar nesta confusão,
E de me deixares afogar nessas lágrimas que me corroem.

Culpado de seres como és e de ainda assim preferires a solidão,
Culpado de não me deixares nem sequer mostrar-te como eu sou.
Porém inocente, de um jeito controverso, da minha imaginação.
E inocente também de eu estar perdida, sem saber o que passou.

Agora e daqui em diante, passa o tempo. Mas passa por passar. 
Passarão os dias e os anos, lentos e secos, de semblante gelado.
Porque o vazio que me preenchera outrora voltou para ficar.
E eu envelhecerei, não aqui, mas sozinha, sem ti ao meu lado.

De agora em diante, somente eu habitarei neste frio cubículo,
E somente eu saberei, incredulamente, o que se passará aqui.
Mas hoje continuo à espera de um sinal de igualdade ridículo,
E estarei à espera, somente nesta data importante para mim,
Por ti.

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