segunda-feira, 5 de julho de 2010

Palavras sem sentido*




Eu hei de morrer.
E quando isso acontecer tornar-me-ei a morte e retirarei a vida às pessoas, com o maior prazer. Trocarei as minhas mãos por garras e os meus pés por cascos negros. Usarei uma armadura feita dos ossos dos meus inimigos, esses torturados e mortos pela minha ira. Não me reconhecerei e adorarei esse facto, pois assim não me irei lembrar de quem eu fui; aquele ser fraco, frágil.

Conversei com o teu corpo meio morto, meio vivo e tudo o que ouvi não gostei. Da tua boca apenas saíam asneiras, palavras sem sentido. Dei-te mais que uma oportunidade, juro que dei! Mas quanto mais ouvia mais os meus ouvidos doíam e mais desejava que te calasses. Mas não te interrompi e deixei-te dizer tudo o que te apeteceu, tudo o que te veio à cabeça mórbida. Conclui que tu mesmo fizeste a tua sentença. Deitei o teu corpo no meu local de refeição e com a minha arma predilecta desferi um único golpe na tua pele singela. Jorrou todo o sangue para fora, ficando o teu interior igual ao teu exterior : frio e seco. Depois saboreei cada entranha tua...e adorei.
Foi o fim para ti somente. Eu ainda tenho a minha morte para viver!

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