sábado, 24 de julho de 2010

A derradeira vez.




Salva-me, anjo querido que pernoita a meu lado. Salva-me deste nada que consome toda a minha alma, e a desfaz em bocados como se de meros pedaços de papel se tratasse. Salva-me desta agonia que persiste em roubar-me o fôlego e que me mata a cada segundo, a cada palavra que te escrevo e dedico.
Segura-me com força e não me deixes cair deste penhasco sem fundo, o autor da minha morte. Pergunto-me se me consegues ouvir, se consegues assistir ao meu chamamento, ou se já desististe de mim à muito tempo, deixando para trás todos os castelos no ar que construímos, todas as aspirações que ansiávamos. Consegues sentir aquela que rouba as vidas a chamar o meu nome? Ela quer-me, deseja-me. Consegues me ver, em sofrimento, a tentar resgatar o que de mim resta? O meu coração, as minhas entranhas, o meu último suspiro, último olhar? E os meus pensamentos, as minhas inspirações, os meus objectivos! Oh! Todos eles se desvaneceram na linha temporal muito atrás, porque tu não estavas aqui meu companheiro! Luta por mim e eu prometo que tudo irá ser melhor. Mas não desistas já, porque se desistires de mim, de ti, de nós... nunca saberemos se esta chama que nos une e que soldou as nossas pobres almas sem solução poderia ter resultado. Não me vires as costas por favor e segura-me uma última vez. Prometo que será a última vez, a derradeira.
Dedicado, 'The Game'

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