terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Amo-te, desculpa.

(Muito resumida... L' )


Sabia que ia ser a única e a última noite. Fazer amor, como ele insiste em chamar.
Não sabia que estava a fazer, mas sei que queria e muito. Uns beijos muito intensos depois e ele olha-me com um sorriso mesmo tarado e começa a desapertar o fecho do vestido preto com que tinha ido à festa de anos dele. Devagarinho começamos a envolver-nos e passado alguns minutos já parecia que nos encontrávamos na selva, pois o desejo era tanto.
Não é preciso pormenores.
Pouco a pouco fui-me apagando, e adormecemos naquela noite de verão, com a luz da lua a entrar pela janela do quarto, abraçados um ao outro, com medo de que um de nós pudesse fugir.
Quando acordei de manhã ele não estava na cama. Pensei que se tinha ido embora. Contava dar-lhe um beijo mais, antes da despedida, mas ele nem me deu essa hipótese. Bem, também não importava, eu sabia que era só mais uma, que não tinha qualquer valor e que não devia ter qualquer esperança. Ele fez questão de o dizer antes do jantar de ontem.
Levantei-me e fui fazer o meu pequeno almoço para ir para o trabalho. Depois ia tomar um banho...mas quando entrei no quarto de banho vi-o, esvaído em sangue, com uma mensagem escrita no corpo: "Amo-te, Desculpa" e todo pintado com o meu bâton.
Não queria acreditar que ele tinha morrido. Pior, não queria acreditar que ele tinha sido o único rapaz que me amou e que tinha morrido!
Chamei a polícia e os agentes decretaram suicídio voluntário. Depois do funeral vim para casa. Entrei no quarto de banho e debrucei-me sobre o lavatório. De repente um flash veio-me à cabeça: o sexo, o champanhe, o banho juntos, a navalha, a cara dele....Eu tinha-o morto! Aquela mensagem era minha, para ele!
Decidi então juntar-me ao meu "amado". Peguei numa corda e atei-a a varanda e a minha cintura e atirei-me para o meu destino.
Amo-te, desculpa.

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