O direito à alimentação é um
dos princípios proclamados em 1948, pela Declaração universal dos direitos do
homem.
A fome é um estado de carência prolongado de alimentos que
fornecem ao ser humano as calorias (energia) e os elementos nutritivos
necessários à vida e à saúde do seu organismo. A falta destas calorias e destes
elementos nutritivos essenciais provoca distúrbios e lesões, com graves
consequências para a saúde.
A fome pode ter várias causas, seja graças à instabilidade
política que se vive num determinado país; à ineficácia e má administração dos
recursos naturais existentes; graças à guerra/conflitos civis; à deficiente
planificação agrícola ou à destruição das colheitas, deliberadamente ou devido
a causas naturais; entre outras.
Uma das aspirações intemporais a nível mundial é a existência
de um planeta sem fome, um planeta em que todos os seres humanos tenham acesso
aos alimentos considerados essenciais, de modo a serem mais saudáveis e
nutridos. Ora, este projecto é muito ambicioso, provavelmente ambicioso demais.
No entanto, existem algumas medidas que podem (e devem) ser tomadas de modo a
ajudar a reduzir a fome – um problema e uma realidade social que atinge milhões
de pessoas, não só nos países em desenvolvimento, nos dias que correm.
Podemos afirmar que, hoje em dia, já foram conquistados
muitos objectivos no que diz respeito à erradicação da fome, contudo, ainda
estamos muito longe de ter um mundo onde não haja fome, se é que isso é sequer possível.
Uma coisa é certa, o problema não está na produção de alimentos, mas sim na
sua distribuição. Amartya Sen, um
economista indiano que ganhou o prémio Nobel em 1998, demonstrou isso mesmo. Na
sua opinião a fome, nos tempos modernos, não é tipicamente o produto de uma
falta de alimentos, mas sim, frequentemente gerada a partir de problemas nas
redes de distribuição de alimentos ou de políticas governamentais no mundo em
desenvolvimento.
Apesar desta “luta” parecer não ter uma meta possível, não
devemos parar de batalhar, declarando guerra á fome e à sub-nutrição, tendo em
conta que existem imensas atitudes que podemos inserir no nosso dia-a-dia que
ajudam na diminuição da fome.
A grande questão parece ser o que podemos fazer para acabar
com a fome. Do meu ponto de vista temos de ter presentes algumas
palavras-chave:
- Instruir;
- Poupar;
- Incentivar;
- Sensibilizar.
Instruir e informar as populações de que medidas podem ser
tomadas de modo a diminuir a fome existente no mundo. Esta medida passa pelos
professores e educadores ensinarem os seus alunos e educandos desde cedo, de
que a fome é um problema real, que atinge muitas pessoas, mas que pode ser
atenuada se nós tivermos certas acções no nosso dia-a-dia.
Poupar, no sentido de não desperdiçar alimentos. Muitas
vezes fazemos do acto de deitar comida fora um acto normal, sem pensar que
muitas pessoas desejariam ter aqueles “restos”. Não devemos cozinhar mais do
que o necessário ou comprar alimentos que eventualmente vão acabar por se
estragar. As famílias que não passam tantas dificuldades, apesar do período de
crise em que vivemos, também podem ajudar, contribuindo para os bancos alimentares
de luta contra a fome. Se todos nós ajudarmos com um ou dois alimentos, tendo
em conta que provavelmente iriamos gastar esse dinheiro em algo desnecessário,
será uma preciosa ajuda. Pode parecer que não, mas uma pessoa faz a diferença.
Um facto para reflectir é que do lixo produzido pelos países
desenvolvidos, valores que rondam os 50% correspondem a comida descartada, seja
pelas famílias ou pelos restaurantes, que dava para alimentar diariamente mais
de dez milhões de pessoas. A boa notícia é que já existem restaurantes que
estão consciencializados deste facto e que no fim de um dia de trabalho arranjam
forma de distribuir a comida que sobra pelos mais necessitados.
Incentivar à agricultura familiar de subsistência. O cultivo
dos alimentos considerados essenciais para uma dieta rica e equilibrada, como é
o caso dos legumes, da batata, da alface, da fruta, etc., fará com que não haja
tanta necessidade nessa família, pois terão praticamente sempre o que comer.
As pessoas que estão no poder de cada país também podem
actuar neste sentido, através de reformas agrárias e da promoção de novos
investimentos na produção e produtividade agrícolas nos países em
desenvolvimento, a fim de reduzir a pobreza e alcançar a segurança alimentar
para todas as pessoas.
E por fim, sensibilizar. Sensibilizar para a existência de
que muitas pessoas vivem dias e dias sem uma refeição completa.
Calcula-se que 815 milhões de pessoas, em todo o mundo,
sejam vítimas crónicas de grave subnutrição, a maior parte das quais são
mulheres e crianças dos países em vias de desenvolvimento.
O flagelo da fome atinge 777 milhões de pessoas nos países
em desenvolvimento, 27 milhões nos países em transição e 11 milhões nos países
desenvolvidos.
A subnutrição crónica, não conduz apenas à morte física, mas implica frequentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebés, e cegueira por falta de vitamina A. Todos os anos, dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebés igualmente ameaçados.
A subnutrição crónica, não conduz apenas à morte física, mas implica frequentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebés, e cegueira por falta de vitamina A. Todos os anos, dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebés igualmente ameaçados.
Em conclusão, existem muitas atitudes, por mais insignificantes
que nos pareçam, que podemos tomar para ajudar na erradicação da fome. Apenas
temos de estar conscientes que a fome é uma realidade presente em todo o mundo,
nos dias que correm, e adoptar e implementar medidas no nosso dia-a-dia de
não-desperdício e de solidariedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário