Lá, as velhas árvores contam histórias,
As velhas árvores daquele lugar,
Com os seus ramos voando pelos ventos.
Algumas delas amigas, outras delas mais antigas,
Com os despertares rápidos e os beijos lentos.
Contam-nos das aventuras e das traições,
Que nos reais contos de fadas elas viveram,
Falam-nos dos seus ódios e das suas paixões,
E de todos os que debaixo daquelas árvores,
Por falta de vontade ou coragem pereceram.
Se estiveres atento em noites de lua cheia,
Verás as suas folhas caídas voarem sem igual,
E com a sua luz própria que talvez te encandeia,
São as árvores daquele lugar que se despedem,
E morrendo, vão entoando um cântico universal.
Também elas
foram crianças, sonhando com liberdade,
Também elas
quiseram correr, apesar da adversidade,
Mas elas
mantiveram suas raízes e ficaram, sem vacilar
Porque apesar do frio, da neve, do vento e da idade,
Elas são as velhas árvores, as velhas árvores daquele lugar.
Maria J. Vieira
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