Os seus gritos ecoaram pelo corredor. As sombras perfuraram os seus olhos e sugaram o oxigénio da sua boca. Arrancara os seus cabelos com as próprias mãos, enquanto que o seu corpo deslizava pela parede gelada daquele edifício abandonado, até perecer no chão, imóvel. As lágrimas que outrora lhe escorriam pela face abundantemente haviam secado; o desejo de lutar contra o que lhe estava a acontecer cessara igualmente. Levantou-se, apoderada por tudo o qual lutou contra, durante toda a sua existência, e sorriu. Não havia mais nada a fazer. Tornara-se em tudo o que combatera, apesar de ter plena noção que este era o seu destino. Maria, antes uma criança normal, deixou-se levar pelo poder que as sombras tinham sobre a sua mente, e subiu ao trono que lhe estava destinado, ocupando o lugar que lhe tinha sido prometido há anos atrás: o d'A Ceifeira.
Sou eu, Maria, amante do senhor dos mortos, cujo corpo vive na terra, mas a mente vagueia pela eternidade no mundo das sombras. Não pretendo abdicar do meu direito ao trono.
Sou eu, Maria, amante do senhor dos mortos, cujo corpo vive na terra, mas a mente vagueia pela eternidade no mundo das sombras. Não pretendo abdicar do meu direito ao trono.
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